sexta-feira, 6 de março de 2015

Gritos


* Por Eduardo Oliveira Freire


- Pai, ouço gritos em você.
- Que isso, filho? Está com uma imaginação fértil.
- É verdade, pai. Quanto tempo que não escreve.
- Estou tão sem tempo...
- Arrume um tempo, pai. Os gritos que vem de você, não me deixam dormir. Faz uma experiência, escreva.
- Tá bom.

O homem ligou o computador, começou a digitar algumas palavras. Com o tempo, a tela branca do Word transbordou palavras.  Ele se espantou com tantas histórias e personagens que gritavam em sua mente.  Atravessou a madrugada.

Ao amanhecer, o filho, muito contente, foi ao encontro do pai, que ainda escrevia.
- Obrigado pai. Dormi muito bem.

- Pois é, enquanto eu vou penar no trabalho, já que não dormi nada. Mas sinto-me em paz. A zoeira que estava na cabeça passou.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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