quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Refratário ao entendimento


* Por Pedro J. Bondaczuk

Duro, duríssimo diamante,
refratário ao entendimento,
é o âmago deste instante
que se esvai, veloz, como o vento.

Recursos tenho, tenho vários,
não somente um: tenho sete!
E a ousadia dos corsários
ao navegar na internet.

Pirata, singro os sete mares
na predadora nau Lutécia,
voraz, sob mágicos luares,
como os sete sábios da Grécia.

Busco, tento, no dia-a-dia,
apesar de certa desídia,
chegar à fonte da poesia:
Sou poeta da multimídia!

Não interpreto o cotidiano
e nem os sentimentos gris,
não domino o desejo insano
e não consigo ser feliz.

Tateio no escuro (em vão)
e esmero-me, no meu labor,
para escapar da solidão:
Ainda acredito no amor!

É jogo de cartas marcadas.
São retalhos de fantasias,
impressões estereotipadas,
fantasmas de melhores dias.

Pois o âmago deste instante
que se esvai, veloz, como o vento,
é duríssimo diamante
refratário ao entendimento.

* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk 



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