Poeta Soares Feitosa!
* Por
Aleilton Fonseca
Os seus bem-feitos!! Eu
lhe digo: Antífona é o grande "Poema Limpo" da poesia contemporânea.
Sua dicção épico-lírica percorre as páginas como um enxurrada que acorda os
rios para matar a fome dos Açudes.
E a poesia tem sede de
olhos, ela é a água milenar em seus ciclos eternos. Os poetas brotam da terra,
do barro amassado com suor e lágrima.
Eis que já vem Salomão.
Chega à frente, homem, conta aí uma presepada! Toma assento, é noite, vamos
poesiar. Salomão é intenso até no nome, em seus dez(en)cantos da vida. Sua
poesia-prosa-reportagem-ensaio vibra na voz do poeta, dita-nos o compasso da
emoção que bate forte: Tãm!!
O Navio de Frederico
aportou no morro, suas amarras descem pelas trilhas e escadas, seus porões
transmutaram-se em Útero plural da mãe África: 'stamos em pleno morro!
A história somos nós,
mas se a escrevemos como nossa, com suas grandezas e misérias. E Salomão é
isto, canto da História, dos ontens, do hoje e dos amanhãs. Aquela foto não
podia existir! Aquele clic foi a verdadeira bicada do abutre.
Salomão, Salomão!,
ícone da sabedoria milenar que se reprocessa no tempo, pelas mãos da arte. Um
poema alegórico polifônico em que vozes contracenam na arena simbólica da
existência para fundar a Biblioteca.
Sim, tudo perece, só a
Arte fica! Salomão é Hale-Bopp, o navio em pleno céu, viajando ao Século de
Ésquilo.
Feitosa, seu sujeito!
Que presepada é essa?!
Você é presepeiro da
melhor raiz. E pra que poeta mais presepeiro do que o tal Antônio Nogueira,
dito Pessoa? O sujeito inventou-se de outros, outros nomes, outras vozes,
outras profissões, outras vidas, outras mortes, outros poemas... presepadas!
Com as minhas
benquerenças,
*
Aleilton Fonseca é escritor, Doutor em Letras (USP), professor titular pleno da
Universidade Estadual de Feira de Santana, membro da Academia de Letras da
Bahia, da UBE-SP e do PEN Clube do Brasil.
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