Caronte
* Por
Emanuel Medeiros Vieira
(…)
“A todo momento
alguém
virá pó
Se
vira pó pó
Em
um mundo de cupim,
Vira
pó pó
O
pé da mesa
E
o dono da mesa
Vira
pó só
Tanto
faz se é bom ou é ruim
Dá
cupim
Vira
pó só” (…)
(Karina
Buhr, “Vira Pó”)
Então: iremos
Quando?
Não sabemos
Fúteis, sábios, deslumbrados – iremos
Pó
Caronte – o barqueiro do Hades – me leva no seu
barco
nas águas do rio Estige
Importa?
Restará o oblívio – não só
Pó
E a lembrança do sol de uma infância
um menino e o seu boné
um velho e o seu destino
Serenado
Inelutável chamamento
Pó
Está feito
Pó.
Romancista,
contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros
como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos
caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava
simpósios”, entre outros.
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