sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pílulas literárias  187

* Por Eduardo Oliveira Freire

- HORA DE ENTRAR

Ao ouvir a mãe, Flávio dizia sempre: “ Só um minutinho”. A mãe começava a gritar irada e a correr com chinelo atrás dele. Um dia, não o chamou mais e quando chegou tarde a sua casa, encontrou o pai chorando. Ela fugiu e, desde então, Flávio se sentiu culpado.

Anos depois, encontrou-a no hospício, cuidando com muita disciplina de seus outros filhos, bonecos sem cabeça.

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ATRAVÉS DA JANELA:

- Pai, aquele cara lá embaixo parece um ponto bem pequeno. Se a gente estivesse no lugar dele, seriamos pontinhos também.

O homem ficou admirado com o pensamento do filho. Percebia-se com tantos problemas, que se sentia gigante cansado.

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"NOVELAS"

O telefone toca, o desconhecido do outro lado da linha chama. Quando a jovem vai atender sobressaltada, já cheguei ao meu ponto e salto do ônibus sem saber o que passará no capítulo de manhã. Bem feito para mim, quem manda ficar de butuca na vida alheia e anônima? Só vejo "novelas" incompletas.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/




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