segunda-feira, 14 de abril de 2014

Vai ter Copa sim

* Por Talis Andrade

Qualquer campanha “não vai ter Copa” visa enganar os tolos, e envolver os incautos em algum obscuro movimento partidário e faccioso.

Mentirosa a informação de que a Fifa não vai realizar a Copa no Brasil. Trata-se de uma ameaça tipo cão que late não morde. Primeiro que a Fifa não tem tempo para organizar a Copa em nenhuma parte deste vasto mundo, e nenhum país quer e/ou está preparado para realizar o evento no prazo curto de dois meses.

Vai ter Copa sim. O que não podemos permitir é que o Brasil perca sua soberania para a pirataria da gananciosa e parasitária Fifa, comandada por cartolas corruptos. Ou que o brasileiro perca sua liberdade, pela presença de policiais estrangeiros, ou pela criação de tribunais de exceção.

Estamos na véspera das eleições, e as campanhas antecipadas estão na imprensa para presidente, governadores, Câmara Federal, Senado e assembléias legislativas estaduais. Certamente, aberta ou camuflados, os candidatos irão para as ruas condenar os gastos dos superfaturados estádios, das obras de mobilidade urbana e outras, inclusive gastos supérfluos com propaganda.

Importante que os governadores e prefeitos envolvidos nos elefantes brancos sejam denunciados, inclusive os desumanos despejos assinados pela justiça absolutista.

Os protestos fazem parte do jogo democrático, e não justificam um estado de sítio nem o terrorismo policial de uma ditadura camuflada. E muito menos uma ocupação militar estrangeira, seja dos seguranças da Fifa ou delegações esportivas de qualquer país.

Jamais um país do fechado Clube Atômico permitiria tal invasão. Mas aconteceu no Terceiro Mundo da África do Sul. Que Dilma Rousseff se cuide. Futebol é paixão. Política também. Uma campanha pode levar o povo, pela emoção, a decisões inesperadas.

Em junho de 2013, a classe média, (in) certos movimentos sociais e estudantes universitários foram para as ruas, para recuperar 20 centavos na passagem dos transportes. Mas o Gigante continuou adormecido. O Gigante não faz passeata de esquerda, ou marcha da direita. O Gigante quando descer das favelas, das periferias, dos morros, das áreas de risco, promoverá um arrastão.

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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