Amanhã é outro dia
* Por
Talis Andrade
Do jornalista
o trabalho cotidiano
da colheita
De tarde a notícia
De noite o trevo
o trabalho cotidiano
da colheita
De tarde a notícia
De noite o trevo
O jornalista vive
como em tempo de peste
Beber divertir-se
na dança macabra
da madrugada
a dança de São Vito
É tudo aqui-e-agora
que no meio da vida
seremos surpreendidos
pela morte
como em tempo de peste
Beber divertir-se
na dança macabra
da madrugada
a dança de São Vito
É tudo aqui-e-agora
que no meio da vida
seremos surpreendidos
pela morte
O jornalista vive
o presente finito
Tudo que escreve
tem a louvação
de um dia
o presente finito
Tudo que escreve
tem a louvação
de um dia
O jornalista vive
o instante
a emoção
do amor
de uma noite
o instante
a emoção
do amor
de uma noite
O jornalista vive
o pressentimento
Amanhã pode ser dia de desemprego
Amanhã pode ser dia de enterro
o pressentimento
Amanhã pode ser dia de desemprego
Amanhã pode ser dia de enterro
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel
em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a
sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife),
“Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados,
entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
É bem assim. Amor e ódio por uma noite apenas. Amanhã, quando muito, vira papel de embrulho. Uma estranha mistura da rigidez racional com lirismo. Parabéns, Talis!
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