Memorabilia americana
* Por
Marcelo Sguassábia
PALETÓ À BOLONHESA
Sim, é certo que até hoje se discute de onde e de quem partiram os
disparos. O que não se discute é o fato de que é mesmo de JFK a carne moída
respingada nos ombros do motorista que conduzia o presidente pelas ruas de
Dallas. Mais de 50 anos depois, o sangue de Kennedy permanece tão reconhecível
geneticamente no paletó quanto o esperma de Clinton no vestido daquela mocinha,
frequentadora assídua do salão oval.
Perambulando pelo mundo com o laudo de DNA debaixo do braço, o filho do
dono da relíquia promete para breve o lançamento de um blazer styled by Stella
McCartney, com estampas reproduzindo fielmente as manchas de miolo espatifado
do modelo original. Estima-se que pelo menos um em cada quatro cidadãos
americanos deverá abrir espaço em seu closet para a nova peça, que já nasce
cult e objeto de desejo até mesmo entre os não apreciadores de molho à
bolonhesa - caso do vegetariano pai da estilista.
Após o desfile de apresentação da novidade prêt-à-porter para
convidados, autoridades e imprensa internacional, o histórico paletó será
leiloado, com lance mínimo presumido de três milhões e seiscentos mil
dólares. O citado lance inicial só perde para as pantufas utilizadas por
Abraham Lincoln na Guerra Civil Americana, bordadas artesanalmente com motivos
cherokees, item arrematado por um magnata saudita de identidade até o momento
desconhecida.
MÓDULO LUNAR DE PAPEL
ALUMÍNIO
O homem esteve, de fato, na lua? Definitivamente, não. Em www.afraudedoseculo.com.br os
crédulos de plantão irão encontrar evidências contundentes do maior embuste de
que se tem notícia, que por décadas vem logrando toda a humanidade.
Mas a verdade vai aos poucos aparecendo, não por bombásticas revelações,
mas graças a pequenas peças de quebra-cabeças que, coletadas aqui e ali, vão
formando o nada edificante quadro dessa falcatrua histórica. Veja o caso de
Thelonious W. J. Donaldson. Residente no Colorado e funcionário aposentado da
agência espacial norte-americana, Thelonious guarda na garagem de sua casa,
junto a um velho cortador de grama John Deere e a um feixe de tacos de golfe,
exatos quatrocentos e sessenta e cinco cilindros de papelão – desses onde são
enrolados papel alumínio. Afirma Donaldson que esse entulho acumulado tem valor
documental incalculável, pois as folhas que os envolviam confeccionaram o
módulo lunar da Missão Apolo 11.
Segundo testemunhos de funcionários da própria NASA na época, e que
preferem não ser identificados, o trabalho era feito por três pessoas. Uma ia
desenrolando o papel alumínio dos rolinhos, outra ia desamassando imperfeições
na superfície e uma terceira afixava com fita adesiva as folhas metálicas no
suposto módulo. Um procedimento tão cientificamente embasado quanto a montagem
de alegorias na Marquês de Sapucaí.
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Marcelo Sguassábia é redator publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com (Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com (portfólio).
Fraude a fraude a história vai sendo contada.
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