Estranhas prisões
* Por Roberto Corrêa
Realmente prisões parece que não foram feitas
para todo mundo, especialmente para políticos famosos. Assim, estranhamos
como José Genoíno e José Dirceu, este um dos ministros mais importantes do
governo Lula, se encontrem trancafiados mesmo parcialmente e em celas especiais
(apenas a água do chuveiro é gelada e isso pode ser resolvido
esquentando-se água em baldes no sol).
Encontramo-nos penalizados com os condenados do
mensalão, pois de tão longo processo, nos acostumamos com a submissão constante
e secreta que desde sempre existe nas diversas escalas administrativas, jamais
resultantes em prisões.
Então, prender apenas uma dezena de aproveitadores
da situação geral, quer-me parecer muito sofrido, e não vai resolver a
problemática. Pelo jeito que a situação chegou, quer- me parecer ainda, que
outro regime administrativo deve ser instalado, pois o sistema democrático que
vem sendo adotado não satisfaz, deixando muito a desejar.
Quem sabe após esse entrevero inesperado, para se
conseguir dignas prisões para gente nobre, inclusive administradores e
políticos o sistema carcerário venha a melhorar, as prisões constituindo apenas
a perda da liberdade, não incluindo nelas outros aspectos degenerativos e
deprimentes contra o ser humano.
Talvez, as penas de curta duração venham a ser
substituídas por multas ou trabalhos sociais ou caritativos múltiplos, assim se
esvaziando os atuais presídios verdadeiras escolas de crimes. Na linguagem
popular podemos nos lembrar daquele antigo ditado que afirma “de que não há
males de que não venham para o bem”, pois o problema carcerário aqui no Brasil
é muito grave e sério, a ponto de serem nivelados as importantes necessidades
de se construírem escolas e presídios.
É a essa altura de nossas ponderações que
especialmente percebemos, sobre outro ângulo, de que como sofre o povão, pois
carregado de suas misérias na luta pela vida, quando cai na infração, por culpa
ou por dolo, vai sofrer horrores na prisão.
Se nós cristãos recebemos o ensinamento que o nosso
Deus veio trazer vida e vida em abundância, com seu Divino Filho, precisamos
com urgência corrigir o erro em que nos encontramos e partir realmente para a
existência de vida mais feliz, portanto, para um mundo melhor. É bom
sonhar de vez e quando e não se olvidar da fé.
Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo,
da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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