segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O pau cantou no 7 de Setembro

* Por Talis Andrade

As manifestações convocadas por supostos apartidários e antipartidários, pela extrema esquerda e estrema direita (viúvas da ditadura militar), registraram mais polícia do que povo nas ruas de Sete de Setembro. Apesar dos apelos indiretos da presidente Dilma Rousseff e do Conselho Nacional de Justiça.

Disse Dilma, pela televisão: “Há 191 anos o Brasil viveu sua primeira grande mudança política. Deixou de ser uma colônia para se transformar em um país independente. Hoje, nosso Grito do Ipiranga é o grito para acelerar o ciclo de mudanças que, nos últimos anos, tem feito o Brasil avançar. O povo quer, o Brasil pode e o governo está preparado para avançar nesta marcha. Eu sei tanto quanto vocês que ainda há muito a ser feito. O governo deve ter humildade e autocrítica para admitir que existe um Brasil com problemas urgentes a vencer, e a população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças”.

Se alguém saísse nas ruas, a cara toda pintada conforme modelo do CNJ, a polícia prenderia na hora como mascarado. Escreve Helio Fernandes: “Ninguém sabe o que aconteceu. Ansiosamente esperada, longamente convocada, antecipadamente intimidada, desapareceu e não se configurou nem mesmo como multidão. Eram grupos dispersos antes mesmo de se aglutinarem, facilitaram o trabalho dos encarregados de reprimi-los”.

A polícia saiu dos quartéis para bater no povo. Nos manifestantes. E esqueceu os vândalos e os infiltrados, que são profissionais. E a imprensa que chamou o povo, como sempre acontece, deu o maior destaque para os baderneiros.

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).



Um comentário:

  1. Está difícil a gente se manifestar atualmente. Tudo que se fala ou se faz nos leva de encontro à patrulha ideológica, com brigas nas redes sociais. A polícia se excedeu e a mídia valorizou tanto a baderna que parece que nem houve nada mais. Gostei da sua visão, Talis.

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