Mundo fictício e real
* Por Roberto Corrêa
Não temos a pretensão de discorrer em algumas linhas sobre tudo que seja
fictício e real neste mundo em que nos encontramos vivos. Aliás, o mistério da
vida é fabuloso e só conheceremos a verdade na eternidade, ou seja, quando
morrermos. Enquanto isto, temos de nos conformar com parcas elucubrações, pois
o tempo todo em que permanecemos acordados elas não param de perpassar pelas
mentes do ser humano, em busca permanente da felicidade.
Nessa incessante perquirição misturamos frequentemente ficção com
realidade, daí porque precisamos parar muitas vezes para nos libertarmos das
fantasias e sonhos que nos ocorrem. Tais fantasias e sonhos se impregnam de
realidades vindouras otimistas – sempre bem vindas – mas também de pessimistas
e sofridas. Daí porque temos de nos esforçar para nos libertar das últimas,
para não cairmos em depressão e precisarmos da ajuda de terceiros (médicos,
psicólogos).
Nos velhos tempos (décadas de 40/50), os católicos se valiam das
confissões, onde relatando seus pecados, aproveitavam para serem aconselhados,
direcionados, evitando as doenças depressivas. Hoje, no salve-se quem puder,
podem-se descobrir livros de encorajamento, consultas à internet (sites e
Google), inclusive valer-se de contínuas orações à Divina Misericórdia para
enfrentar o dia a dia.
Há um certo desconforto ou insatisfação entre o mundo fictício e o real
por questões “metodológicas” ou seja, querem realizar planos ou projetos
partindo do todo para a parte, quando o correto, data vênia, seria partir da
parte para o todo.
Explico melhor: sonhos e ambicionados objetivos que os indivíduos trazem
em si, como razões do próprio viver devem ser facilitados ao máximo e não se
apresentarem como inatingíveis, motivando angústias e tristezas.
A sociedade em suas fracativas realizações costuma apenas dourar tais
objetivos como conquista “globalizada”, a ser alcançado algum dia (que na
verdade não chega nunca). Temos de nos acostumar com a lentidão dos dias com
espera e expectativa dos tempos que terão de vir, razão pela qual, mais uma vez
precisamos nos recorrer à fé que o Cristianismo nos oferece através dos seus
ensinamentos.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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