Autoconhecimento
* Por
Evelyne Furtado
Conheço-me
quando percebo que não me conheço tanto assim, quando me descubro em um novo
estado ou quando avalio de outra forma o passado.
Conheço-me
quando autentico gestos ousados ou quando já não me identifico com passos
dados, nem com versos nos quais não vejo graça ou nexo.
Conheço-me
na penitência dos erros de ontem, na esperança do amanhã e na aceitação de
hoje.
Continuo
o autoconhecimento quando me abraço inteira: pétala e espinho.
Conheço-me
na perturbação que me assalta ao descobrir que a vida a pele afaga, mas também
a carne rasga.
Conheço-me
quando me assusto pela distância percorrida e quando me canso antes da partida.
Conheço-me
quando a minha face contrai-se diante de outra vontade tão legítima quanto a minha.
Conheço-me
quando tento entender a realidade sem perder de vista a fé que me sustenta.
Conheço-me
quando descubro em mim razão e era tão mais fácil acreditar ser apenas emoção.
Conheço-me
quando me refaço a cada dia, integrando uma informação nova ou alcançando um
ponto de vista diferente.
Por
fim, conheço-me quando me rendo a um carinho, quando namoro o mar, quando
cultivo uma flor e, principalmente, quando sei que o processo não termina aqui.
(Texto
extraído do Facebook da autora).
* Poetisa e
cronista de Natal/RN.
A cada fato vivido um aprendizado, mas nem sempre vamos nos conhecendo. Algumas vezes vamos apenas conseguindo experiência para fazer tudo diferente da próxima, e se tiver, uma outra vez.
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