segunda-feira, 4 de março de 2013


O segundo assassinato de Joaquim José da Silva Xavier

Por Antonio de Campos

O Maior Brasileiro de Todos os Tempos acaba de ser eleito.O escolhido – Francisco Cândido Xavier. Nada contra São Francisco Xavier do Brasil, Santo não canonizado por ser espírita, kardecista.

No tempo em que no Brasil ainda havia resquícios de cultura e cidadania, quadro com a imagem de Tiradentes – pendurado na parede –, na sala da diretoria, fazia parte do ambiente e da atmosfera educativa da escola e as crianças, com respeito e sentimento, de manhã, antes de as aulas começarem, como passarinhos, cantavam o Hino do país que as acolhera para que dissessem presente à chamada e à Vida.

Qualquer caboré do primário e qualquer homem do suado e cinzento dia-a-dia sabiam que o Maior Brasileiro de Todos os Tempos chamava-se Tiradentes.

Quando um povo troca um Mártir, um que deu sua vida, se imolou para o libertar do jugo econômico e cultural externo, que até hoje nos faz curvar a cerviz, como boi atado à canga que o oprime, por um religioso – pertença ao credo que pertencer –, muito pouco ou quase nada pode-se dele esperar, muito pouco ou quase nada pode-se por ele alguma coisa fazer.

O mais trágico de tudo – essa equivocada escolha terá reflexos negativos nas próximas eleições municipais*, e nas eleições vindouras para Governador, Congresso e Presidência da República, vença quem perder – o povo, sempre!


* Escritor


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