Pressentimento
* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral
Deixarei minhas sandálias surradas
na soleira da porta.
Recolherei toda a roupa do varal.
Regarei as plantas e não mais
desmancharei as teias da aranha.
Abraçarei o pequeno pé de acerola rezando
para que ele continue dando muitos frutos.
Ouvirei o canto do sabiá como se fosse
a primeira vez.
Deixarei o bem-te-vi contar pra todo mundo
que me viu!
Irei reler aquele poema de Pessoa, é...aquele
que sempre me faz chorar.
Guardarei odores e sabores, sufocarei
gemidos...
Não facilitarei a tua vida, pois do amor que
sinto, apenas o pressentes.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário
Poema belíssimo, Núbia! É não apenas para ser lido (e sempre em voz alta), mas decorado e repetido vezes sem fim. Evito de comentar textos que publico aqui para não dar margem a interpretações não condizentes com a realidade. Afinal, se os publico no Literário fica subentendido que os considero da melhor qualidade. A publicação, pura e simples, deve ser encarada como um elogio, pois o é de fato. Qualquer outra consideração que eventualmente faça será, pois, redundante. Mas, neste caso, o entusiasmo pela beleza dos seus versos é tamanho que me leva a quebrar esta minha regra, e sem nenhum vacilo. Parabéns, doce poetisa!!!
ResponderExcluirUma pérola recolhida da rotina, do dia a dia, das coisas triviais que nos rodeiam e não nos damos conta de como são importantes. Além de toques de sofisticação, como a citação de Fernando pessoa. Envia-me o poema que a faz chorar. Eu também quero.
ResponderExcluirQuerido Pedro fico-lhe grata, dou graças aos céus
ResponderExcluirpor ter aprendido a tempo, que a beleza está nas
coisas mais simples da vida.
Abraços amigo.
Mara querida, acabei de reler o poema e ainda
fico com a voz embargada pois somente o leio em voz alta.
Obrigada pelo carinho.
Abraços.
Muito bom, poetamiga!
ResponderExcluirBeleza de poesia.
Parabéns!
Abração do,
José Calvino
RecifeOlinda