segunda-feira, 11 de abril de 2011



Por hoje


* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral

- Filha, tá na hora! Desse jeito vai se atrasar.

- Caraca mãe...tô cheia de sono.

- Então esvazia e vá tomar um banho.


- Olha filha, fiz um bolo de cenoura pra você. Come devagar menina, senão engasga.

- Posso levar um pedaço pra minha amiga e outro pra professora?

- Adoçando né...

- Nada mãe, a profi é maneira.


- Vou te deixar na escola e comprar o presunto pra fazer a lasanha no almoço.

- Show mãe!!!!!!!


- Mãe?

- Fala filhote.

- Vai sentir minha falta?

- Tsc...

- Vai mãe?

- Papo brabo garota...não há um só dia nessa vida em que eu tenha deixado de agradecer a Deus por ter me dado você de presente.

- Te amo assim...pra sempre.


Deu-lhe um abraço tão forte que ambas ficaram sem ar. Deixou-a em frente à escola e antes que gritasse seu nome para mais um adeus, a menina olhou para trás e lhe sorriu. Ficou ali, como se nada mais houvesse à sua volta, mas a lembrança da lasanha dissipou seus pensamentos.


* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário

3 comentários:

  1. simplesmente lindo,simples como as coisas são,puro,singelo,perfeito

    poetisa querida,beijos do teu fã

    ResponderExcluir
  2. Ficaram bonitinhas as gírias leves da menina, num poema doce e verdadeiro.

    ResponderExcluir