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Insegurança
* Por Rodrigo Ramazzini
- Foi bom?
Depois de quatro meses separados, resolveram dar uma nova chance ao amor. Reataram. Namoraram durante seis anos até o rompimento, que fora motivado após mais uma briga originada pelo ciúme e insegurança de Rômulo. Ele prometeu mudar depois de muito insistir no retomada do namoro. Juliana resolveu lhe dar mais uma chance. “A última”, sentenciou. Ainda deitados na cama, entrelaçados e suados, após transaram, enquanto Juliana acendia um cigarro, Rômulo questionou:
- Foi bom pra ti? Como nos velhos tempos?
- Não vai começar...
- Não! Não é isso! Só queria saber se continuo em forma...
- Sei...
- Sério!
- Tá bom! Vou fingir que acredito...
- Neste período que tivemos afastados, só pensava em ti!
- Há! Há! Há! Eu vi... Eu vi aquele dia com a morena naquele bar na Cidade Baixa...
- Era só para te fazer ciúme! Foram apenas beijinhos. Não passou disso. Vai dizer que não ficaste com ninguém, não beijaste alguém nos últimos quatros meses?
Silêncio.
- Hã... Hã... Claro!
- Então, por que estás me cobrando?
- Não estou te cobrando, Rômulo. Estou apenas constatando...
Silêncio.
- Foram muitos?
- O que isso importa?
- Curiosidade, apenas.
- Sei lá! Não contei.
- Sei...
- O importante é que estou aqui contigo. Não achas?
- É... É... Alguém conhecido?
- Vai começar?
- Não! Não! Só achava interessante saber.
- Por quê?
- Porque... Porque sei lá! Tipo: vai que estou no mesmo lugar que o cara. Ele é nosso amigo, talvez. Não sei! Daí, pelo menos, não vai ficar todo mundo me olhando e eu com “aquela cara” de último a saber...
- E fazer uma enorme cena de ciúmes?
- Claro que não! Não prometi mudar?
- Prometeu.
- Então...
Silencio.
- Então, tem alguém conhecido?
- Não começa, Rômulo!
- Não quer falar, não fala... Tudo bem!
Silêncio.
- Tu não ficaste com o Maurinho, né?
- Hã... Hã... E se fiquei?
- Putz! Eu não acredito, Juliana!
- Viu? Por isso que eu não queria falar nada...
- Que mau gosto! Meu Deus!
- Por quê?
- Por que sim!
- Ele era teu amigo?
- Era... Era... Disse bem! Por isso que ele estava estranho comigo... Distante... Agora, entendi!
- Pode ser...
- Onde foi?
- Mês passado. No show da Banda “Do You Like?”
- Sei... Não fui... O pessoal estava todo lá?
- Estava...
- Sei... Sei... Representou alguma coisa pra ti?
- Claro que não! Agora chega! Chega... Não quero mais falar neste assunto. Aliás, tu prometeste que não teria mais essas crises de ciúmes...
Silêncio.
- Tá certo! Não vamos mais falar no assunto...
Silêncio.
- Uma última pergunta: não passou de uns beijinhos, né?
- Não... Mas e se tivesse passado disso? Qual o problema?
Silêncio. Maurinho, então, pensa:
- Ufa! Ainda bem... Assim não corro o risco... Risco?!... Será... Será que ele é melhor que eu na cama?
* Jornalista
* Por Rodrigo Ramazzini
- Foi bom?
Depois de quatro meses separados, resolveram dar uma nova chance ao amor. Reataram. Namoraram durante seis anos até o rompimento, que fora motivado após mais uma briga originada pelo ciúme e insegurança de Rômulo. Ele prometeu mudar depois de muito insistir no retomada do namoro. Juliana resolveu lhe dar mais uma chance. “A última”, sentenciou. Ainda deitados na cama, entrelaçados e suados, após transaram, enquanto Juliana acendia um cigarro, Rômulo questionou:
- Foi bom pra ti? Como nos velhos tempos?
- Não vai começar...
- Não! Não é isso! Só queria saber se continuo em forma...
- Sei...
- Sério!
- Tá bom! Vou fingir que acredito...
- Neste período que tivemos afastados, só pensava em ti!
- Há! Há! Há! Eu vi... Eu vi aquele dia com a morena naquele bar na Cidade Baixa...
- Era só para te fazer ciúme! Foram apenas beijinhos. Não passou disso. Vai dizer que não ficaste com ninguém, não beijaste alguém nos últimos quatros meses?
Silêncio.
- Hã... Hã... Claro!
- Então, por que estás me cobrando?
- Não estou te cobrando, Rômulo. Estou apenas constatando...
Silêncio.
- Foram muitos?
- O que isso importa?
- Curiosidade, apenas.
- Sei lá! Não contei.
- Sei...
- O importante é que estou aqui contigo. Não achas?
- É... É... Alguém conhecido?
- Vai começar?
- Não! Não! Só achava interessante saber.
- Por quê?
- Porque... Porque sei lá! Tipo: vai que estou no mesmo lugar que o cara. Ele é nosso amigo, talvez. Não sei! Daí, pelo menos, não vai ficar todo mundo me olhando e eu com “aquela cara” de último a saber...
- E fazer uma enorme cena de ciúmes?
- Claro que não! Não prometi mudar?
- Prometeu.
- Então...
Silencio.
- Então, tem alguém conhecido?
- Não começa, Rômulo!
- Não quer falar, não fala... Tudo bem!
Silêncio.
- Tu não ficaste com o Maurinho, né?
- Hã... Hã... E se fiquei?
- Putz! Eu não acredito, Juliana!
- Viu? Por isso que eu não queria falar nada...
- Que mau gosto! Meu Deus!
- Por quê?
- Por que sim!
- Ele era teu amigo?
- Era... Era... Disse bem! Por isso que ele estava estranho comigo... Distante... Agora, entendi!
- Pode ser...
- Onde foi?
- Mês passado. No show da Banda “Do You Like?”
- Sei... Não fui... O pessoal estava todo lá?
- Estava...
- Sei... Sei... Representou alguma coisa pra ti?
- Claro que não! Agora chega! Chega... Não quero mais falar neste assunto. Aliás, tu prometeste que não teria mais essas crises de ciúmes...
Silêncio.
- Tá certo! Não vamos mais falar no assunto...
Silêncio.
- Uma última pergunta: não passou de uns beijinhos, né?
- Não... Mas e se tivesse passado disso? Qual o problema?
Silêncio. Maurinho, então, pensa:
- Ufa! Ainda bem... Assim não corro o risco... Risco?!... Será... Será que ele é melhor que eu na cama?
* Jornalista
Homens vira e mexe fazem comparações.
ResponderExcluirEntão para quê perguntou?
Afe...que babaca.
Adorei Rodrigo.
Beijos
É verdade! Homens e "seus enigmas masculinos"!
ResponderExcluirMuito obrigado pela leitura e o comentário.
Tenha um ótimo final de semana!
Aquele abraço!
As comparações são inevitáveis, diria até que são naturais,mas não deveríamos fazer assim, comparar. Essa insegurança narrada é a rotina.
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