Maconha?
Se liga! Sou d’maior!!!
*
Por André Pessoa
OLHE-SE
NO ESPELHO
Talvez
você não tenha reparado, possivelmente seus familiares sim, que
você tem tido mais dificuldade de acordar para os seus compromissos.
Sua capacidade de concentração está menor e a memória mais curta.
Sente mais fome e sede. Perdeu a gana pelo que antes lhe interessava.
Parece que a preguiça tomou conta de você. Tudo custa mais, até
pensar. Será que a maconha intoxica e queima neurônios?
Faça
com sinceridade uma retrospectiva das consequências desta lerdeza.
Já foi reprovado em alguma matéria? O CR está cada vez mais baixo?
Você passou a se considerar menos capaz que os outros? Ou será que
a maconha está lhe detonando?
Você
tem sensações de desconfiança, de estar sendo observado,
provocado, gozado, comentado, vigiado pelos outros? De que os mais
diversos fatos não são coincidências, mas sim, que eles têm
alguma coisa a ver consigo? Serão os sintomas de psicose que a
maconha provoca? Outras vezes seu coração dispara, parece que vai
sair pela boca. Sente um medo profundo. Seria a síndrome de pânico
que a maconha pode desencadear?
Você
reconhece alguns destes sintomas, mas não se considera viciado, pois
esta palavra lhe parece exagerada para quem cria “pequenas
dependências” como cigarro, café e chocolate. Você acha que os
sintomas do uso da maconha são inofensivos?
Os
hábitos são coisas que se cultivam, para o bem ou para o mal. Há
aqueles que impulsionam a pessoa para cima, que libertam e a tornam
um ser humano pleno. Há outros que até parecem divertidos, mas
fazem tropeçar e cair. Seja uma ou outra, a falta daquele hábito
causa desconforto.
A
maconha não é um hábito bom. Quando falta, provoca insônia,
náusea, dores nos músculos inexplicáveis, ansiedade, inquietação,
irritação por qualquer motivo, frio e suor juntos, a luz incomoda,
tem diarreia, falta apetite, começa a perder peso, tem tremores
musculares discretos, um peso no peito que antecede a depressão e
uma vontade intensa de usar a droga.
Você
seria capaz de fazer qualquer coisa para dar uma tragada? Ainda não
chegou a este estágio? Você pode achar que a maconha é inofensiva,
mas não é o que pensa o seu fornecedor. Paciente, está esperando
que a dependência aos poucos se instale. Antes era quase de graça?
Irão depois subir o preço, oferecer outras drogas a preço de
banana e começar a impor sua participação no que antes lhe parecia
absurdo.
Olhe-se
no espelho. Você se reconhece? É isso que você quer para si? Veja
o transtorno que lhe causa a falta da droga. Descontrole geral. O uso
de droga, se antes lhe trazia alguma curtição, se transforma, sem
que você note, num tormento contínuo. Você passa a procurá-la
apenas para reduzir o desconforto e debelar a crise, que logo volta
mais forte e a dose tem que ser maior.
Você
teve a curiosidade de experimentar maconha, mas resistiu? Parabéns
pela sua força de vontade. A curiosidade é a mãe dos vícios.
SE
VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU, SABE ONDE
ESTÁ SE METENDO?
Há
vários problemas que tornam a maconha nociva. Vamos por exemplo
comparar com o cigarro.
Você
sabe se tem predisposição a ter doenças no coração? A maconha e
o cigarro lhe ajudarão a descobrir. Sua família tem casos de
pessoas depressivas e esquizofrênicas? Neste caso a maconha lhe
ajudará a descobrir.
E
ao câncer? Uma das principais portas de entrada é a irritação
crônica. Uma ferida, por exemplo, que se abre muitas vezes no mesmo
lugar. O cigarro e a maconha provocam irritação nos pulmões,
boca, esôfago e estômago. A maconha potencializa, pois o usuário
retém a fumaça por mais tempo nos pulmões. A maconha, por não ser
industrialmente tratada, e não ter filtro, contém 50% mais de
produtos cancerígenos que o cigarro.
Você
que não fuma cigarro? Não seja hipócrita consigo mesmo. Se você
tem a consciência de não se viciar em cigarro, porque você brinca
com a maconha? Se liga!!
O
ambiente que você frequenta não lhe parece pernicioso? Você não
percebe que está num tanque, repleto de pessoas que se dizem
espertas mas que não conseguem sair? Se você estiver ao lado de
alguém que está se afogando, ele vai se agarrar em você com uma
força desesperada e os dois irão para o fundo. Você começa a
achar normal ver pessoas que tomam coca, ecstasy etc... Eles juram de
pé junto que todo mundo faz não é mesmo? Não. Não é verdade.
Somente 4% dos estudantes e 26% dos universitários já
experimentaram maconha. Você acha que não está num grupo de
marginalizados? São ricos da alta sociedade? Têm glamour? Não se
iluda! Um bom amigo não pode lhe estar convidando a embarcar nesta.
Saia deste tanque de perdedores e não entre mais.
Ah!
Você tem a sensação de que você é mais forte que seus amigos?
Que você tem o corpo mais resistente, e uma vontade de ferro?
Desculpe.
Fico triste e contente por você.
Fico
triste se o seu orgulho continuar a ser mais forte que você. Nesta
busca do seu limite, você não vai achá-lo, mas sim transpô-lo...
Sem notar.
Fico
contente, pois sinto que ainda existe autoestima em você. Mas
aproveite enquanto ela existe, para você sair desta trajetória.
Aqueles que estão no mundo das drogas cedo ou tarde concluem: todo
usuário é otário. Não tem meio termo.
Você
não experimentou ainda maconha? Você é feliz e não sabe. Quem
experimentou não sabe onde está se metendo.
VOCÊ
PASSA A SER ILEGAL
A
partir do momento que você se torna um consumidor de produtos
ilegais, você perdeu respeito geral. Os traficantes sabem que podem
lançar mão de você como de uma marionete. E depois,
vacilou-dançou. Chove chumbo.
As
autoridades perderam respeito por você. Porque você faz parte de
uma engrenagem do mal. O dinheiro que sai do seu bolso está
financiando um mundo de desespero, assassinatos, corrupção e
suicídios. Você é corresponsável!!! Se liga!!! Você sabe onde
está se metendo? Você está certo de que quer fazer parte disto?
Hah!!
Você me diz que não financia os traficantes porque planta a maconha
que você e seus amigos consomem? Cedo ou tarde alguém vai lhes
denunciar. Quem? A concorrência, uma ex-namorada, um colega
invejoso, um terceiro que você nem conhece direito. E a policia pode
colocar as mãos em vocês. Seu advogado vai alegar que é para
consumo próprio? Alguns meses na prisão até o julgamento, que pode
impor-lhe meses de detenção. Se a sua estória colar, a sua pena
pode ser abrandada para algum tempo de trabalho em comunidades. Você
se acha esperto?
Você
esquece que de uma forma ou de outra você suja sua ficha na polícia.
Algumas empresas, antes de contratar, checam o passado do candidato.
É como tirar uma certidão negativa. Sabe quem vai querer depois lhe
dar um emprego?
Mesmo
que nunca dê entrada na polícia, você perdeu o respeito de seus
conhecidos e colegas limpos. Eles podem não distinguir o drogado do
traficante. Nas próximas décadas, eles poderão ter algum conceito
concebido a partir de seu passado. Você está criando uma rede de
relacionamentos desfavorável. Na Internet, partindo de qualquer
pessoa da sociedade ativa, bastam quatro links para chegar a você. O
mundo é muito pequeno!!
Os
únicos que insistem que você permaneça neste tanque são os que
estão lá dentro. Todos que lhe amam sugerem que você saia de lá.
Parabéns se você ainda não experimentou.
A
LUTA
Novamente
você passa uma manhã vomitando sem parar. Não acontece sempre? O
que você misturou desta vez? Maconha, Álcool, Red Bull?
Algo mais?
Para
educá-lo, sua família passou a vida lutando contra o ambiente num
cabo de guerra incansável. O problema é que agora você mudou de
lado, e puxa o cabo contra seus pais, contra o bom senso e contra si
mesmo.
As
lágrimas de quem lhe ama de verdade se misturam à água que verte
da fenda e empapa o chão. Seus rostos se voltam para a furiosa
tempestade que se aproxima e clamam forças para esta luta.
Se
você não experimentou, você é ouro. Mas “Lembrai” de pedir
com força pelos que caíram.
Se
você já experimentou, nem que uma única vez, não seja
autossuficiente e procure ajuda, a começar pelos seus familiares.
Quem sabe eles lhe ajudarão a abrir os olhos para o segredo da vida.
“Como é bom viver uma vida limpa”.
VIVA
a VIDA
A
saúde é incomparavelmente o maior dom que temos. Alguns se dão
conta disto somente quando a perdem. A busca de sensações que minam
a saúde é uma incoerência. Por um instante você pode se iludir de
que há sentido no contrassenso, e você morde a isca.
As
sequelas são implacáveis. Como o quase cego que perde os últimos
resquícios de sua visão a brincar de olhar para o sol, balançando
a cabeça e dedilhando o ar na frente de seus olhos semi abertos...
num horroroso espetáculo de luz.
É
mais inteligente aquele que sabe preservar a saúde e encontrar
alegria no dia a dia. Que se satisfaz ao apreciar a simplicidade,
como o respirar da brisa que bate ao rosto, ou o beber de um gole de
água numa tarde de sol.
Publicado
no Portal da Família em 08/09/2011
*
Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e
palestras de Educação de Filhos desde 1995. Graduado pelo IME
(Engenharia), pós-graduado
pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE
(Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação
Familiar); Consultor da Accenture.
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