Analfabetos
funcionais
*
Por Emanuel Medeiros Vieira
Como
votar com consciência e não ser ludibriado por marqueteiros muito
bem pagos, nem ser enganado por "Fake News", que inundam as
redes sociais?
É
preciso saber onde pisamos.
Três
em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos no País - 27 por cento
do total, o equivalente a cerca de 38 milhões de pessoas - são
considerados analfabetos funcionais.
Como
esclarece matéria de Isabela Palhares e Juliana Diógenes, esse
grupo tem muita dificuldade de entender e de se expressar por meio de
letras e números em situações cotidianas" (...).
O
estudo foi realizado pelo Ibope Inteligência, e desenvolvido pela
ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro.
Nessa
faixa de 29 por cento de brasileiros classificados nos níveis mais
baixos de proficiência em leitura e escrita, há 8 por cento de
analfabetos absolutos (quem não consegue ler palavras e frases).
Os
outros vinte e um por cento estão no nível considerado elementar
(não localizam informações em um calendário, po exemplo).
Poderia
desenvolver mais um tema tão importante.
Mas
não quero cansar o leitor - já saturado de tantas informações
(falsas ou verdadeiras).
Mas
lembro do diagnóstico de Ocimar Tavares, professor da Faculdade de
Educação da USP: "Não há politicas consistentes e
inteligentes na educação de jovens e adultos. Não têm condições
pedagógicas - um exemplo são as salas superlotadas. E muitas
políticas são interrompidas".
ELEIÇÕES
Como
disse alguém, difundir ideias sob o manto do anonimato de quem pagou
para difundi-las "não é apenas um crime, é um atentado à
democracia, o vale-tudo em eleições".
Muito
dizem: "a gente faz o diabo".
Mas
o diabo mora nos detalhes e "costuma se voltar para quem os
soltou".
EXPLICAR
"É
difícil explicar para o sujeito cujo ganha-pão é não entender o
que você está tentando explicar".
(Upton
Sinclair - 1878/1968)
(Brasília,
setembro de 2018)
*
Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em
Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do
efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo
nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava
simpósios”, entre outros. Foi indicado
ao Prêmio Nobel de Literatura de 2018.
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