Outono
*
Por Flora Figueiredo
Ausente
por um ano, ele chega macio,
passos de camurça sobre chão quente.
Veste de dourado a terra ainda suada
do ardor inclemente da estação passada.
Traz o azul das telas de Ticiano
como pano de fundo para a hora da prece.
Pálpebras de sono,
a tarde se aquieta, a lua cresce.
Adormece o dia no colo de Outono.
passos de camurça sobre chão quente.
Veste de dourado a terra ainda suada
do ardor inclemente da estação passada.
Traz o azul das telas de Ticiano
como pano de fundo para a hora da prece.
Pálpebras de sono,
a tarde se aquieta, a lua cresce.
Adormece o dia no colo de Outono.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário