Narciso
de joelhos
*
Por Alcides Buss
Não
fossem os relógios,
não fossem os calendários,
talvez não houvesse pressa.
O dia seria sempre
o mesmo dia.
A noite seria sempre
a mesma noite.
E as palavras não seriam essas
dos livros e tratados.
Talvez fôssemos eternos
nos outros de nós mesmos.
E os outros seriam sempre
mais, os outros de outros,
num mosaico sem fim.
Sim, viver seria servir
em escala infinita,
não fossem os relógios,
não fossem os calendários
que nos abrigam
em porções mínimas
de fuga contínua.
não fossem os calendários,
talvez não houvesse pressa.
O dia seria sempre
o mesmo dia.
A noite seria sempre
a mesma noite.
E as palavras não seriam essas
dos livros e tratados.
Talvez fôssemos eternos
nos outros de nós mesmos.
E os outros seriam sempre
mais, os outros de outros,
num mosaico sem fim.
Sim, viver seria servir
em escala infinita,
não fossem os relógios,
não fossem os calendários
que nos abrigam
em porções mínimas
de fuga contínua.
*
Poeta e professor universitário
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