Trilhas
incertas
* Por
Pedro J. Bondaczuk
Trilha
incerta, por entre a mata cerrada.
Cicatriz
de terra vermelha, de calcita e de cascalho.
Maritacas
ensaiam sinfonias vespertinas,
alucinógenas,
dissonantes,
para
os bugios e ximangos,
enquanto
a lua espia, sorrateira,
pelos
interstícios da galhada.
Caminho,
lépido, mãos nos bolsos,
simulacro
de tranqüilidade,
assoviando
“Georgia on my mind”
para
dissimular o medo (ou o tédio?)
e
para entreter
mochos,
fantasmas, boitatás.
Trilha
incerta no tempo,
liga
Campinas a Horizontina,
sobrepujando
barreiras do espaço,
subvertendo
a marcha do tempo,
transformando
o menino inocente
num
ancião ansioso
e
vice-versa, versa-vice,
várias
vezes,
vai
e vem, vem e vai,
vezes
sem conta,
surreal
processo,
insustentável
magia,
passeio
livre no éter,
indo
e vindo, vindo e indo,
caminhando,
lépido, mãos nos bolsos,
simulacro
de tranqüilidade,
assoviando
“Georgia on my mind”
pra
dissimular o medo (ou o tédio?)
e
acalentar mochos e fantasmas
(Poema
composto em Campinas, em 13 de julho de 2010).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de
Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do
Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções,
foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no
Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios
políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas),
“Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da
Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º
aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53,
página 54. Blog “O Escrevinhador” –
http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Poema maravilhoso, mais uma brincadeira marcante sua com o tempo.
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