O
náufrago
* Por
Aricy Curvello
O plano que malogra,
a fortuna que se rende,
o fado que tem olhos
de acaso e relógio,
pelos três a grande Barca abalroada,
três mil passageiros se paralisaram no terror da hora,
em plena noite, ao mar, na baía da Guanabara.
Alguns, das águas
recuperados. Um, não dos mais belos, porém dos mais
jovens,
fortes ventos e correntes o impeliram para fora
da barra, para as altas águas, o alto mar,
roído de peixes,
que humano já não era, incorporado
a medusas e algas, ao
plenilúnio, às vagas, aos eflúvios do sal.
agora, sua respiração percorre o litoral.
(Mais que os Nomes do Nada, 1996)
O plano que malogra,
a fortuna que se rende,
o fado que tem olhos
de acaso e relógio,
pelos três a grande Barca abalroada,
três mil passageiros se paralisaram no terror da hora,
em plena noite, ao mar, na baía da Guanabara.
Alguns, das águas
recuperados. Um, não dos mais belos, porém dos mais
jovens,
fortes ventos e correntes o impeliram para fora
da barra, para as altas águas, o alto mar,
roído de peixes,
que humano já não era, incorporado
a medusas e algas, ao
plenilúnio, às vagas, aos eflúvios do sal.
agora, sua respiração percorre o litoral.
(Mais que os Nomes do Nada, 1996)
*
Aricy Curvello nasceu
em Uberlândia (MG), aos 7 de Maio de 1945. Poeta, ensaísta
e tradutor. Durante a ditadura militar sofreu prisões e
perseguições. Participou intensamente de publicações e movimentos
literários em Minas, Rio, São Paulo e outros Estados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário