Primaverando
* Por
Francisco Simões
O
sol inaugura mais um dia.
Colheita
da manhã não vivida,
Põe-se
tudo onde adejava o nada,
Do
eclipse dos sonhos emerge a vida.
O
azul se deita no mar,
A
paz voejando com a brisa,
Uma
vela balisa o horizonte
Berço
do infinito, limiar.
A
magia floresce e se ateia,
Ocultos
desejos se entreolham,
O
branco sonha moreno, se bronzeia,
Corpos
se secam, sombras se molham.
Encontros
e desencontros
Contam-se
na areia molhada,
Lento
o mar se aproxima, lê
E
apaga as páginas viradas.
O
Forte vigia a história,
Sentinela
posta do passado
Guardando
p’ro futuro a memória
E
p’ro tempo o aprendizado.
Sol,
praia, mar, o evolar das gaivotas,
As
lorotas dos pescadores
Suas
façanhas, seus amores,
A
rede, a escuna, alguém de pileque,
A
vida na tuna, o vento moleque
Sempre
a brincar com as dunas.
Primavera
em Cabo Frio
Celebração
de luz e de cor
Enquanto
a natureza no cio
Perpétua
a essência, o amor.
*
Jornalista,
poeta e escritor.
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