Pátria
amada
* Por
Flora Figueiredo
Sinto
a paz entortar
e a segurança tremer
em desassossego,
como num espasmo celular.
Procuro então minha criança,
para ver se ela ressona
sua infância
como quem não está ainda sabendo
que o ar da tarde está ventando
e que o sol amigo anda chovendo.
Vejo meus sonhos debruçados
na varanda,
a esperança aguardando,
iminente.
A bola,
a bala,
a lavanda.
Medos dobrados,
tambores guardados,
a lua lactente da noite,
brilhando.
Até como, meu Deus, até quando?
e a segurança tremer
em desassossego,
como num espasmo celular.
Procuro então minha criança,
para ver se ela ressona
sua infância
como quem não está ainda sabendo
que o ar da tarde está ventando
e que o sol amigo anda chovendo.
Vejo meus sonhos debruçados
na varanda,
a esperança aguardando,
iminente.
A bola,
a bala,
a lavanda.
Medos dobrados,
tambores guardados,
a lua lactente da noite,
brilhando.
Até como, meu Deus, até quando?
In Calçada de Verão, 1989
*
Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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