Obras da natureza
O
homem ainda está muito longe da compreensão dos conceitos básicos
que cercam a sua existência, como quem é, de onde veio, onde está,
qual a finalidade da sua existência e de tudo o que o cerca, e vai
por aí afora. Todavia, em sua arrogância, acha que tudo sabe e tudo
pode e age de forma destrutiva e imprudente, tentando modificar o que
sequer entende como funciona e, em cujo funcionamento, portanto, não
deveria interferir.
Refiro-me,
claro, às pessoas excepcionais, com níveis de compreensão,
conhecimentos e informações acima da média, que constituem, no
correr das gerações, irrisória minoria. A grande maioria é
constituída por indivíduos com nível mental pouco acima dos
chimpanzés, por exemplo. Tenho lá minhas dúvidas se vários deles
não são mais tapados do que grande parte dos símios.
O
Planeta atravessa fase rara, em que suas condições são totalmente
propícias à vida, não somente de animais e vegetais, mas,
sobretudo, a humana. Trata-se de um sistema vital, com imenso e
delicadíssimo equilíbrio, em que um fator depende do outro e que,
portanto, nada pode ser alterado.
Para
desequilibrá-lo, nem é preciso fazer muita força. Um desmatamento
aqui, uma poluição das águas e do ar ali e pronto. Podem ser
desencadeadas catástrofes, de conseqüências imprevisíveis e
totalmente fora do controle desse animal tão frágil, mas que se
julga tão hábil e invulnerável.
Estudos
indicam que a Terra passou por fases de transformações
cataclísmicas com duração não de milhares, nem de milhões, mas
de bilhões de anos, para chegar ao estágio atual, em que se vê
povoada por tamanha variedade de vida.
Esse
período de equilíbrio, com temperatura ideal, com a mistura
adequada de gases na atmosfera, com a camada protetora dos mortais
raios cósmicos ainda quase intacta e com a distribuição adequada
de água, nas exatas proporções das necessidades dos seres vivos, é
coisa de parcos pares de milênios.
Para
desequilibrar tudo isso, basta um piscar de olhos. E o que o homem
vem fazendo? Cuidando dos ecossistemas? Preservando os fatores vitais
essenciais? Não!!! Vem fazendo exatamente o que não devia. Ou seja,
agredindo quem lhe deu origem e garante sua subsistência: a
natureza.
Julga-se
acima desta e crê ter poderes para modificá-la ao seu bel prazer,
impunemente, sem que isso lhe traga consequências daninhas,
catastróficas, letais. Mas não tem esse poder. Como não conta com
qualquer meio para sequer tentar escapar da extinção, quer a
pessoal, quer a da espécie.
Subitamente,
de um momento para outro, por exemplo, as forças de temperatura e
pressão, relativamente calmas e equilibradas agora no núcleo do
Planeta, podem se descontrolar. Milhares de vulcões, tidos como
extintos, mas meramente “adormecidos”, podem entrar, subitamente,
em erupção, todos ao mesmo tempo, lançando bilhões de toneladas
de cinzas e gases tóxicos na atmosfera, cobrindo a totalidade do
globo terrestre e impedindo que recebamos a indispensável luz do
sol. Nessas circunstâncias, a vida se extinguiria talvez em questão
de dias, quando não de horas ou até minutos, sem que pudéssemos
ter a menor reação.
De
repente, por outro lado, as frágeis placas que constituem a parte
sólida da Terra podem se mover, enlouquecidas, e se chocar,
violentamente, umas com as outras, provocando pavorosos e
devastadores terremotos – como nunca antes vistos, por não
propiciarem condições para a existência de testemunhas –
acompanhados de aterrorizantes tsunamis, com vagalhões imensos, de
quarenta metros ou mais de altura. Qual a escapatória para isso? Não
há nenhuma, obviamente.
E
ainda assim, o homem se julga invulnerável. Destrói florestas e
mais florestas, indiferente ao papel de filtro que a densa vegetação
tem, para garantir a pureza e integridade da mistura gasosa conhecida
como “ar”.
Lança,
diariamente, bilhões de toneladas de poluentes à atmosfera, o que
provoca um provavelmente irreversível processo de aumento de
temperatura. Geleiras e mais geleiras, com centenas de milhares de
anos de existência, começam a se derreter, aceleradamente,
aumentando, logicamente, o nível das águas dos oceanos e pondo em
risco milhões de quilômetros quadrados de solo costeiro, em que
habitam 60% da população do Planeta.
Fosse
um pouquinho mais inteligente, tivesse raciocínio prático e fosse
menos arrogante, o homem se daria conta do que o explorador
norueguês, Thor Heyerdahl, membro da famosíssima “Expedição
Kon-tiki” (em que demonstrou que boa parte das ilhas do Pacífico
foi povoada por autóctones sul-americanos) escreveu em um de seus
livros: “Somos obra da natureza, seja com ajuda de Deus ou seja
acreditando que Deus é a própria natureza”.
Tenho
a intuição de que ainda não compreendemos, sequer minimamente,
essa megaforça estupenda, que criou e vem criando o universo, cujas
dimensões não cabem em nossa compreensão, e que chamamos,
genericamente, de Deus. Não evoluímos, ainda, o suficiente para
chegarmos a esse entendimento, já não digo total, mas no seu
aspecto mais elementar.
Afinal,
o maior dos gênios utiliza, no curto tempo de vida que tem, no
máximo 5% do potencial do seu cérebro, se tanto. As pessoas comuns
devem utilizar por volta de 2 a 3%. E os broncos, possivelmente, não
mais do que 1%.
Quando
a espécie puder utilizar melhor a capacidade de raciocínio de que é
dotada, é possível (mesmo não havendo certeza), que conclua que o
Ser, poderoso, infinito e eterno, que denomina de Deus, pode,
perfeitamente, ser chamado de “Natureza”, sem que haja a menor
impropriedade nessa denominação. Isso, óbvio, caso lhe reste tempo
para essa evolução e não promova, de vez, o que já está em pleno
andamento: um suicídio generalizado, levando consigo, para a morte,
todos os seres vivos deste pequeno, mas tão surpreendentemente
especial Planeta.
Boa
leitura!
O
Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Não há como não concordar. Achei boa a sua definição de Deus.
ResponderExcluirPedro, não sabem nada daMÃE NATUREZA; vamos relere:
ResponderExcluirVerdade & Mentira*
Sofre, como todo mundo sofre!
Cabe-nos estar organizados para viver bem
Aproveitando a vida como pudermos
Para melhorar a nosssa performance.
Bem ou mal, vamos levando a vida
No entanto, sem prejudicar o próximo
Por isso Jesus, por querer o bem da humanidade,
Agiu com verdades e mentiras.
O tempo passa, os poderosos vivem da mentira
(Descaradamente)
Em nome de Jesus, que dizia ser filho de Deus.
Sem saber nada da Mãe Natureza,
Estaria falando a verdade ou a mentira?
-Ah, pobres de nós, religiosos, irreligiosos e ateus!
Recife, 31 de dezembro/2014.
* Poema extraído do livro inédito: "Jesus".