Aqua
pro nobis
* Por
Luís Augusto Cassas
de
áries a aquário
em
pleno martírio
somos
todos peixes
árido
santuário
queimando
em círios
tudo
o que cultivar
o
amor e o mar
dirá
ao mar: abre-te!
e
qual afiado sabre
o
amar se abrirá!
diz-me
senhora:
o
que te inunda as órbitas
desrepresa
os seios
e
resseca a flora?
_
o mar também chora!
da
onda da discórdia
darei
trégua à mágoa
mas
quem blasfemar
contra
o reino da água
não
terei misericórdia
horas
de Urano
lembrai-vos
de Sara
fecundou-a
um rio
e
irrigou o Saara
de
nos infortúnios!
louco stradivarius
tua
nota úmida
povoe
o relicário:
um
aquário sem peixes
não
é santuário
In
A Poesia Sou Eu, vol. 2, p. 270
*
Poeta maranhense
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