Levem-me
a Lisboa
* Por
Leonardo Marona
todo
mundo que eu conheço vai a portugal
lugar
que imagino como a vagina dentada
por
onde escorre a saliva que vira mangue
córrego
choroso do meu não deslocamento.
mas
os manos de verdade não vão a portugal,
fico
eu pensando enquanto morro querendo ir
enquanto
me corroo da vontade de me lançar
no
mar originário, vagina suprema do escape.
ir
seria matar em mim o que me fez falar assim
e
me faz suplicar: levem-me também a lisboa!
o
que me faz imaginar poetas virgens e baixos
que
morrem ou matam com bigodes assassinos.
mas,
no sobe-desce de lisboa, encontram-se sob
o
sol histórico da camaradagem e da escravidão
amigos
SERIE A que partem com seus arpões
poemas
que, ao serem lidos, refletem o silêncio
porque
poesia, em portugal, é coisa muito séria.
*
Escritor.
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