Poema de saudade
* Por Pedro J. Bondaczuk
Verdes campos, vergéis
floridos,
fontes, lagos e corredeiras
de Horizontina, de horizontes
amplos
e de mágicas alvoradas de
luz...
Minha terra, minha pátria,
meu cantinho
particular e indestrutível no
universo,
grande, que nem cabe no
Planeta;
minúscula: cabe todinha num
verso!
Gente minha, gente querida,
gente que o tempo,
que a tudo e a todos devora,
levou...
Vovô, com seu bigode enfático
e seu talento e sua fé.
Vovó, inesgotável fonte de
ternura,
toda amor e irrestrita
dedicação.
Gente minha, gente querida,
gente
que nem o tempo deletério
apagou,
consumiu ou modificou na
dimensão
infinita e indevassável da
memória...
Vastos trigais, ondulantes
mares dourados,
apanágios, ícones, símbolos
de recordações
onde a brisa sussurrava
imortal melodia,
bárbara e misteriosa do meu
sonho criança...
Manhãs mágicas, magníficos
ocasos
noites de lua cheia repletas
de fantasmas,
dias de primavera olorosos,
floridos,
tardes cinzentas e geladas de
inverno.
Calidoscópio onírico,
estranha rutilância,
imagens, sensações,
saudades, lembranças:
Horizontina imutável, cenário
da minha infância.
Hortos dourados, verdes,
suaves colinas.
das emoções especiais âmago
e essência,
você, Nair, despertando
instintos
adormecidos. Hortolândia da
adolescência.
Emoções intensas e
indescritíveis,
sonhos fagueiros. Doloroso
despertar!
Confronto dramático com a
realidade:
dor, frustração, amargura,
pesar...
Hortolândia imutável:
cenário da minha saudade.
(Poema composto em Santo
André, em 5 de setembro de 1963).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de
Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do
Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções,
foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no
Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios
políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas),
“Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da
Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º
aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53,
página 54. Blog “O Escrevinhador” –
http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Linguagem difícil para paixão fácil.
ResponderExcluirDestaco:
"grande, que nem cabe no Planeta;
minúscula: cabe todinha num verso!"