Quinta de Mahler – finale
* Por
Leonardo Marona
não seremos inteligentes, eis a dádiva.
a tentativa da inteligência nos matou em dez
segundos.
diremos ao deitar, no ouvido da pessoa amada:
“essa é a coisa mais importante que já me
aconteceu”.
e isso será sempre sem inteligência.
aceitaremos as relíquias de uma Atlântida nevada,
e isso também será sem inteligência.
o que queremos é a rosa na boca do trompete.
a inteligência quer uma história, um contorno,
mas sabe-se o quão redonda pode ser a imprecisão.
basta olhar um monte de pó que flutua no chão do
teu quarto,
e verás que a beleza não tem nada a ver com a
inteligência,
e não haverá inteligência alguma enfim, e acolherás
o pó.
*
Poeta e escritor.
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