Pirilampo
* Por
Pedro J. Bondaczuk
Campos abertos, campos vastos, campos mágicos
dos sentimentos secretos e emoções reprimidas.
Sons ecoam de todos recantos e direções...
Risos, choros e gritos de crianças.
Sussurros lúbricos de desejos e paixões...
Gemidos de angústia e horror, brados de ira.
Fantasmas de
uma vida de ilusões e dores
--- alegres lembranças e recordações com gosto de
fel –
misturam suas vozes, em selvagens canções,
brincam de roda com os meus sonhos azuis.
Como um raio, riscando ignotos horizontes,
um pirilampo vara a noite da saudade
pisca-piscando irresistíveis tentações.
Olhar de fogo, olhar enganoso, olhar sutil,
olhar esgazeado, desesperador e insano,
olhar sem brilho, álgido e fátuo.
E o pirilampo voa, revoa e se vai...
Só resta a noite, avassaladora e misteriosa
nos campos abertos, campos vastos, campos mágicos
dos sentimentos secretos e emoções reprimidas
e eu, a me esvair em versos e recordações,
fundamente ferido de encantamento e ternura,
numa fatal hemorragia de beleza e de poesia.
(Poema composto em Campinas, em 23 de junho de
1967).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas
(atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e
do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma
nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Um menino ainda (24 anos) e com grande força nas palavras e emoções. Nessa idade eu era casada médica, mas ingênua, quase imatura.
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