Pílulas literárias 249
* Por
Eduardo Oliveira Freire
CONSCIÊNCIA
Sabia que era bonito e
perfumado, mas, sentia um odor forte que não conseguia se livrar. Ficava horas
no chuveiro e ainda o cheiro persistia. Refugiava-se na admiração dos outros,
só que durava pouco tempo. A solidão vinha e o odor tornava-se mais presente. Ele
sabia que algo estava errado, porém, ficava na superfície da racionalidade, uma
vez que não queria ser tachado de louco. Quando dormia, devorava todos os
calmantes que encontrava. Refugiava-se na não consciência. Um dia, percebeu-se
no abismo e, pela primeira vez, não sentiu o cheiro peculiar. Deu um salto no
escuro, feliz. Estava livre!
QUANDO
VEJO UM PAPEL HIGIÊNICO ESVOAÇANTE...
Lembro-me de prima
Laura vestida de noiva. A pobrezinha fez o próprio vestido e amava o noivo. Mas
ele fugiu para não se casar. Conheceu uma palhaça e descobriu que queria ser um
palhaço, também. Os amantes saíram por aí sendo o casal mais engraçado de todos
os tempos. Prima Laura ficou louca com a notícia. Rasgou o enxoval e se jogou
da janela, completamente nua. No lugar, onde caiu, surgiu do nada um belo
jardim admirado por todos.
ERA UMA VEZ...
Duas princesas à
espera de seus príncipes. Ficaram um longo tempo juntas e começaram a ter um
vínculo forte. Quando os príncipes as salvaram e as levaram para seus
respectivos reinos, elas se lembravam de quando estavam presas na masmorra e
sentiam saudade dos momentos compartilhados.
***
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Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Sua criatividade traz bons momentos.
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