O circo
* Por
Isabel Furini
Estava na cozinha
esquentando o café do dia anterior. Sua esposa o havia deixado. Abandonara-o
meses antes, quando um circo passava pela cidade. Ela aprendeu a voar junto com
o trapezista. Nada tão belo quanto um salto mortal! – comentou Vera. Ele a viu voar
no trapézio junto com o trapezista. Mas quando Vera o abandonou, suspeitou do
palhaço.
Martim viu quando o
palhaço se aproximou de sua esposa e murmurou algo no seu ouvido. Ela sorriu.
Abraçou-o. Uma semana depois, o circo foi embora e sua esposa também. Tudo
culpa do palhaço! Esse palhaço de sorriso falso! Era isto: ela havia fugido com
um palhaço! E agora os dois iam com o circo de cidade em cidade fazendo
palhaçadas.
Um ano depois o circo
voltou à cidade, e ele soube o segredo que Vera havia guardado durante muitos
anos. Vera engravidara quando era adolescente e havia dado seu filho a um casal
de palhaços que trabalhava em um circo.
* Isabel Furini é escritora e poeta
premiada, autora de “Eu quero ser escritor – a crônica”, do Instituto Memória,
Curitiba.
Obrigada, por publicar essa crônica de minha autoria.
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