William
Burroughs brinca de Guilherme Tell
* Por
Talis Andrade
Na festa improvisada
presa a um tênue
fio de prata
a vida se repetia
em uma doente monotonia
De repente o silêncio
Os olhos fazem mira
no copo equilibrado
sobre a cabeça de Joan
O imprevisto tiro na testa
espalha vodka e sangue
nas nuvens e no chão
Fragmentos de vidro
no coração de William
Do cérebro de Joan
a geração beat prensará
comprimidos de benzedrina
Sujos dedos de sangue
escreverão poemas
nas paredes dos guetos
e latrinas
Em torno do corpo de Joan
o almoço nu
está servido
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel
em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a
sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife),
“Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados,
entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
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