Fullgás
* Por
Evelyne Furtado
Versos de uma canção
popular podem nos acompanhar por toda vida. Meus ouvidos foram seduzidos por
Fullgás, na voz rouca de Marina Lima, na adolescência, canto até hoje a música
que tem letra do poeta Antonio Cícero, seu irmão.
A princípio pode
parecer contraditório, pois temo a fugacidade da melhores coisas da vida.
Principalmente da própria vida.
Mas não é esse o
sentido que os compositores dão a "Fullgás”.
É só observar o título
da música. Um trocadilho traz a primeira sílaba da palavra com dois eles: full,
que em inglês significa completo, cheio, total. Subvertendo toda compreensão
aparente.
Para quem não lembra a
música começa assim:
“Meu
mundo você é quem faz”.
Música,
letra e dança.
Tudo
em você é fullgás
Tudo
você é quem lança
Lança
mais e mais... “.
Adoro a música e seus
versos. Cantava sem dar muita atenção à letra, depois fui aos poucos ficando
mais atenta ao que ouvia e repetia.
A composição tem
versos sem complexidade, mas não bobos. Traz um romantismo pop e gostoso, porém
um dos seus versos resume uma dos meus mais sagrados desejos; o desejo que
expressa a minha carência e a qualidade do meu amor. O desejo que me move. O
desejo de amar e ser amada. Expressa ainda a fantasia de que o amor pode tudo.
Não sei se um poeta
como Antonio Cícero levou tão a sério quando escreveu, como eu ao ouvir ou
cantar o meu verso preferido, todavia é sempre com esperança que repito “você
me abre os seus braços e a gente faz um país".
*
Poetisa e cronista de Natal/RN.
Boas análise e música. Na desatenção fullgas vira fugaz.
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