Diferente
* Por
Eduardo Oliveira Freire
- Oi, desculpa de
incomodar a esta hora da noite, recorda-se de mim? Estou diferente, né? Preciso
de um lugar para descansar, posso ficar por aqui? Juro que vou embora rápido,
só necessito repousar um pouco.
Pode deixar que não
virei uma pessoa má. Lembra-se daquele rapaz megalomaníaco que você conheceu? Não
existe mais. O que restou fui eu, seu cadáver que vaga na imensidão do mundo.
Meu estômago ronca que
nem um velho, pode me dar alguma coisa pra comer? Como preciso descansar,
deixa-me ficar, por favor. Espera, não te conheço! Mas, esta era a casa!
Merda, a pessoa que
conhecia não mora mais aqui. Pensei que retornando não estaria mais perdido,
entretanto, este não é mais meu lugar, também.
Sou um apátrida e
ruínas do que fui um dia. Não precisa chamar a polícia, estou indo. Ainda bem
que o que me sobrou foram as recordações, aliás, a memória pode ser meu lar,
depois de tantos anos.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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