Suspense e mistério
Uma das temáticas mais exploradas, ultimamente, na
literatura mundial e que, pelo visto, é um filão praticamente inesgotável, é a
que traz à baila histórias de suspense, mistério e terror. Abundam romances,
contos e novelas, além de revistas em quadrinhos quase sempre transformados em
filmes campeões de bilheteria, com personagens exóticos, doentios, homicidas e
aberrantes.
É uma sucessão de zumbis, de vampiros, de lobisomens e
quetais que não acaba mais. Confesso que esses não são, exatamente, temas da
minha predileção. Prefiro assuntos mais instigantes, mais inteligentes e,
sobretudo, mais verossímeis, que tenham algo a ver com minha vida. A menos que
se tratem, claro, de histórias criadas por um gênio, precursor de três
vertentes literárias: ficção científica (ao lado de Júlio Verne), terror e
mistério e contos policiais.
Refiro-me a Edgar Allan Poe, sujeito com uma vida tão cheia
de incidentes, que sua biografia se constitui, em si, num enredo dos mais
atrativos, interessantes e movimentados, posto que verídico. Esse escritor
talentoso (na verdade genial) nasceu em 19 de janeiro de 1809. Sua data de
aniversário eu não esqueceria jamais. Precede em um dia a minha.
Sua sucessão de infortúnios começou na mais tenra infância.
Edgar era filho do ator David Poe Jr., que, no entanto, não assumiu a
paternidade. Largou da mulher, com o bebê no colo, em 1810. A mãe, também
atriz, Elizabeth Arnold Hopkins Poe, morreu em 1811, vitimada pela tuberculose.
Subitamente, o garotinho se viu só, sem pai e nem mãe, ameaçado de abandono.
A providência, porém, agiu em seu favor. Um rico e
bem-sucedido comerciante de tabaco de Richmond, na Virgínia, Francis Allan,
adotou-o, posto que informalmente. A adoção nunca foi oficializada, mediante
documentos. Todavia, o empresário criou-o como filho legítimo.
Não vou, claro, reproduzir sua história, dramática e infeliz,
até porque escrevi, há uns quatro ou cinco anos, uma série de textos abordando
esses aspectos. Não esgotei o assunto, mas dei boa indicação de quem ele foi e,
principalmente, o que fez, O que me importa é seu talento, enquanto escritor.
Tanto que a maioria dos historiadores considera que a rica, prolífica e
criativa literatura norte-americana começou, de fato, com Edgar Allan Poe. Concordo,
embora com restrições, com essa afirmação.
Além de um dos fundadores da ficção científica, criou,
também, o gênero de narrativas de suspense e de terror. Ademais, suas novelas
como “Os crimes da Rua Morgue”, “A carta roubada” e o “Mistério de Maria Roget”
estão entre as primeiras obras reconhecidas como policiais.
Os escritores atuais, de histórias de mistério, suspense e
terror, com todo o respeito que me merecem, a despeito de esgotarem edições e
mais edições, em sucessivos best-sellers e de terem seus enredos transformados
em filmes campeões de bilheteria, não chegam nem aos pés de Edgar Allan Poe.
Mas isso já é querer demais. Afinal (infelizmente) gênios não proliferam por
aí.
Boa leitura.
O Editor.
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Os pioneiros nos causam imensa admiração.
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