A
consagração internacional de FHC como golpista e fâmulo da plutocracia
* Por
Paulo Nogueira
FHC viveu o bastante —
85 anos até aqui — para ver sua consagração internacional como golpista. E em
Nova York, a capital do mundo.
Clap, clap, clap. De
pé. Para os responsáveis pelo reconhecimento.
FHC fora convidado
para participar de um encontro de cientistas políticos para debater a tão
ameaçada democracia na América Latina.
É um mistério o que
passou pela cabeça dos organizadores ao chamar o decano do presente golpe no
Brasil. É como chamar Alexandre Frota para debater educação. Mas foi brilhante
a reação dos cientistas políticos que sabem perfeitamente o papel imundo que
FHC representou na trama plutocrata que colocou Temer no Planalto.
Eles prontamente se
insurgiram. Diante da insistência da organização em manter FHC, avisaram que
respeitavam a decisão. Mas, diante dela, alertaram que iriam comparecer de
preto ao seminário em protesto contra um convite tão acintosamente equivocado.
FHC fez o que sempre
fez em situações complicadas. Primeiro, se acoelhou. Fugiu da reunião. Depois,
produziu uma nota que é sua alma: cínica, hipócrita, mentirosa. Nela, evocou o
passado. Disse que foi perseguido pelo golpe de 1964 e coisas do gênero.
Acontece que ninguém está falando de 1964, e sim de 2016. Rechaçou que houve
golpe com o argumento de que o STF monitorou o impeachment.
Ora, ora, ora. Depois
de gravações de conversas que expuseram brutalmente a participação do STF na
derrubada de Dilma, ele tem a ousadia de citar os eminentes magistrados? Entre
estes se destaca, com seu golpismo explícito, Gilmar Mendes, que foi colocado no
STF exatamente por FHC.
Apenas para registro,
em 1964 o STF também abençoou o golpe.
Se passado valesse,
Lacerda — o maior golpista da história da República — poderia, ao estilo de
FHC, dizer que foi integrante do Partido Comunista na juventude para tentar ser
absolvido pelo papel vergonhoso que desempenhou repetidamente contra a
democracia e a favor dos ricos.
Seja o que for que FHC
tenha feito num passado remoto, tudo já foi incinerado pelo que ele é, e não de
hoje.
É, numa palavra, um
fâmulo da plutocracia.
Lacerda desandou
quando passou a falar, demagogicamente, em corrupção para atacar governos
progressistas como o de Getúlio e o de Jango. Há quantos anos FHC faz
exatamente o mesmo?
Em sua descomunal
vaidade, FHC tem a pretensão de ser conhecido — e respeitado — como um homem de
esquerda. Ele sabe que cientistas políticos de direita são universalmente
desprezados.
Mas ele não é mais que
isso: um reacionário, um direitista, um golpista da pior espécie.
Seu julgamento perante
a história já foi feito em vida, e ele foi condenado com desonra.
O símbolo disso foram
as camisas pretas em Nova York em repúdio a ele.
* Jornalista, fundador e diretor
editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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