Pescaria do filósofo
*Por
Pedro J. Bondaczuk
Pescador moureja,
preguiçoso e calmo
às margens de um rio
de águas barrentas
(enganadoramente)
serenas.
Lança o anzol. Depois...
longa espera.
Nada! Tenta, insiste, teima,
se desespera...
Baldada experiência.
Esforço imprudente e vão.
Persistente pescador, ansioso na lida,
às margens do misterioso Rio da Vida,
- desafio à filosofia e à ciência
e a quem, com razão e tino,
quer identificar a humana essência,
origem, duração e destino –
em nova, esperançosa arremetida
tenta desvendar a finalidade da vida.
Rio barrento, cujas águas, lento, escoou
- águas diferentes das que Heráclito pisou -
dia a dia, mês a mês, ano a ano,
em tempos de calma ou de tempestade,
rumo ao vastíssimo, interminável oceano,
sem princípio ou fim, chamado eternidade.
Desanimado, resolve desistir
da pescaria e da meditação.
Peixe, não pescou nenhum,
mas chegou a uma conclusão.
Conceitos descartou, um a um,
contestados pela implacável razão.
Enfim, concluiu, quase sem querer:
“A finalidade da vida é só VIVER”!!!
(Poema composto em Campinas, em 18 de março de
2016)
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas
(atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e
do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma
nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Para viver, basta estar vivo, mas para morrer, estar morto não basta.
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