Antes tarde do que não comprovado
* Por
Marcelo Sguassábia
Foram longos e
exaustivos anos de pesquisa, mas a ciência finalmente comprovou a relação entre
a utilização diária do fio dental e a diminuição do efeito
"tchauzinho" nos músculos tríceps, especialmente os femininos.
Conheça um pouco mais
sobre o chamado "Efeito Tchauzinho" ou "Teste do
Tchauzinho"
Temido pelas mulheres
a partir da quarta década de idade, o efeito caracteriza-se pelo excesso de
flacidez nos braços, que faz a pelanca balançar em movimento de pêndulo,
notadamente quando se faz o gesto de "tchau" a outra pessoa - daí o
bem humorado nome. Objeto de investigação por diversos ramos da medicina, pela
indústria cosmética, academias de ginástica e clínicas de fisioterapia, o
estudo divulgado há cerca de duas semanas pela Universidade de Michigan aponta
que o efeito tende a diminuir quanto maior e mais frequente for a limpeza com
fio dental na higiene odontológica.
A descoberta, que até
o momento não passava de conjectura teórica, agora está documentada
laboratorialmente por uma série de ensaios conduzidos por equipes
multidisciplinares da referida Universidade. Comprovou-se, com todo o rigor que
a moderna metodologia científica exige, que os movimentos de vai-e-vem do fio
nos espaços interdentais, por período ininterrupto de 43 ou mais minutos, tem a
propriedade de fortalecer os tríceps braquiais e aumentar a massa muscular na
região à razão de 0,06% ao dia. Se maior a pressão do fio contra as paredes
dentais no processo de limpeza, observa-se um consequente incremento da
musculatura desenvolvida, chegando a índices de 0,08% diários, número até o
momento inimaginável para os especialistas da área.
Temos aí um círculo
virtuoso, com ganhos concomitantes para a saúde, a estética e a autoestima da
pessoa, que transforma o que seria uma tarefa mecanicamente enfadonha em
espetacular recompensa psicológica, eliminando traumáticos constrangimentos e até
fobias sociais. Há registros de casos mais agudos onde o paciente evita
qualquer forma de contato ou vínculo pessoal, por antever a eventual
necessidade de um "tchauzinho" protocolar, o que poderia arrastá-lo a
um quadro depressivo de consequências imprevisíveis. Resultado: fuga
sistemática de toda e qualquer ocasião de despedida, ainda que seja remota a
possibilidade de acenos.
Outro curioso
comportamento detectado pelo estudo é que muitos "sabotam" o teste
para enganar a si mesmos, rotacionando apenas as mãos e policiando o natural
chacoalhar do braço, para não encarar a sua dura realidade fisiológica. Tamanha
é a paranoia de fixar a atenção no braço, para que ele não se mexa, que a
pessoa despede-se olhando para os próprios tríceps, e não para quem está indo
embora.
Dois professores
ligados ao MIT - Massachusetts Institute of Technology, criticaram duramente a
utilidade da pesquisa e os milhões de dólares gastos na sua subvenção,
argumentando que a simples escovação de dentes traria benefícios idênticos, e
que a humanidade pouco tem a ganhar com a descoberta. Esta tese é contestada
pela Ordem dos Cirurgiões Dentistas de Cascais, que vê na escovação uma
eficácia discutível e não padronizada para o enrijecimento do músculo do braço,
pela variação da consistência das cerdas.
* Marcelo Sguassábia é redator
publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com
(Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com
(portfólio).
Há tempos discute-se a influência do arroto do camarão na navegação marítima.
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