O garoto e eu
* Por
Eduardo Oliveira Freire
O garoto corre pela
casa, lutando com inimigos imaginados.
Eu luto com inimigos
reais.
Os inimigos do menino
são gigantes poderosos que quando destruídos se desfazem em pó encantado.
Os meus são homens
como eu, mulheres, crianças idosos e doentes. Não viram pó mágico, seus corpos
se amontoam nos destroços.
O garoto luta mano a
mano com uma espada de plástico.
Eu estou a quilômetros
de distância do campo de batalha. Só aperto o botão para acionar o bombardeio.
O garoto cresce e vai
para guerra defender sua pátria. Sente-se vencedor.
Eu retorno derrotado e
a culpa me consome.
O garoto e eu somos um
só universo, juntos e misturados. Vencedor e perdedor, mocinho e vilão.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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