Tudo é transitório
* Por
Fabiana Bórgia
Pode parecer triste,
mas não é. Simplesmente, tudo na vida é passageiro. Vivemos de momentos,
instantes que nunca mais voltam.
Não consigo enxergar
tristeza neste fato. Somos seres substituíveis, o que não significa que somos
descartáveis. Temos um ciclo. Seja no trabalho, seja nos relacionamentos, seja
no nosso próprio corpo.
A sabedoria da vida
não está apenas em fazer aquilo que se gosta, nem em gostar daquilo que se faz,
mas sim em fazer o que deve ser feito, gostando ou não, e sem reclamar. A falta
de reclamação aqui toma um sentido mais profundo. Assume o sentido de que é
preciso enxergar o lado bom das coisas e aproveitar a chance para amadurecer.
No meu caso, eu
escolho plantar caminhos. E vou jogando sementes nestes vários caminhos, que se
tornam verdadeiras plantações. Quando um acaba, sempre tenho outro a tomar.
Existem alguns que eu ainda nem percorri. Talvez nem haja tempo ao longo de
minha existência para isso, por ter plantado imensos latifúndios.
Só não sou muito boa
com a colheita, que demanda uma paciência de Jó. Mas até isso tenho aprendido.
E creio que a chuva vem no momento certo.
Há períodos de seca.
Outros de dilúvio. Não me agrado com isso, mas entendo. Entendo, porque viver é
saber entender que a vida segue seu curso, sem que você possa oferecer qualquer
explicação.
O segredo é aceitar. A
própria limitação e a infinitude da continuação, que talvez já não caiba mais a
você, a mim, a nós.
Tudo na vida é
transitório. Esta é a maior lição de humildade que aprendi.
• Escritora por vocação e advogada por
formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de
sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”
Nenhum comentário:
Postar um comentário