Ma Che potranca!
* Por
Ana Deliberador
Num dia de finados,
dia de visitar os mortos, Catarino e Alécio, o magro e o gordo, vieram de
Borrazópolis, para onde haviam se mudado, para visitar os pais e irmãos.
Lavaram seu túmulo,
colocaram flores. Choraram de saudades. Oraram por suas almas.
Já saindo do cemitério
cruzaram com Dona Anita e Zé Corrêa, que chegavam com os braços cheios de
camélias, brancas e vermelhas.
Com a sensibilidade e
sutileza que lhe era inerente, Alécio apertou fortemente as mãos dos dois
enquanto dizia:
– Ô, Seu Zé Correia.
Como vai Donanita? A senhora tá bunita, hem? Tá véia, mais tá bonita! Você se
alembra, Catarino, quando nóis cheguêmo no Primer de Maio? Donanita! Ma che
potranca!
* Professora, pintora e escritora
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