quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Assédio


* Por Alberto Cohen


A poesia espreita o solitário,
quieto no bar, num canto, pela rua,
reconhecível pelo mesmo olhar
dos que esperam sem encontro marcado.
É num arroubo que ela se oferece,
imprevisível, dona, dissoluta,
nas carícias rimadas e medidas
negaceia e se dá, jamais inteira.
Depois, sacode a vasta cabeleira,
recolhe pelo chão os seus mistérios,
e parte, insatisfeita como sempre,
atirando metáforas na cama.

* Poeta paraense



Nenhum comentário:

Postar um comentário