Despedida
* Por Flora Figueiredo
Se tiver que
ir, vai.
O que fica
pra trás,
não sendo
mentira,
não racha, nem rompe, não cai.
Ninguém tira.
Já que vai,
segue se
depurando pelo trajeto,
para
desembarcar passado a limpo,
sem
máscaras,
sem nada,
sem nenhum
desafeto.
Quando
chegar,
sobe ao
ponto mais alto do lugar,
onde a
encosta do mundo
faz a curva
mais pendente.
E então
acena.
De onde eu
estiver,
quero
enxergar
esse momento
em que você
vai
constatar que a vida
vale
grandemente a pena
*
Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto”
e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia.
Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade
e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro
de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são
como um mergulho profundo nas águas da vida.
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