Traço a traço
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Tenho nas mãos a leveza do traço
e a rudeza de um peão.
Tenho na voz o encanto de sereia
e o rugido de um leão.
Tenho no coração a obstinação
da semente que mesmo atirada
em chão estéril se arrasta em
busca de um vão, uma única
brecha lhe basta.
Broto, por não ter escapatória,
broto por "desopção".
E que a chuva, criação de Deus
me tenha misericórdia.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Milena, a minha mãe, me mostrava vegetais espremidos entre rochas, nascendo, brotando, numa força impressionante. Ela foi uma grande observadora e definidora das coisas do mundo. O seu poema, Núbia, chegou para mexer comigo e me trazer doces lembranças.
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