quarta-feira, 10 de junho de 2015

Traço a traço


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Tenho nas mãos a leveza do traço
e a rudeza de um peão.
Tenho na voz o encanto de sereia
e o rugido de um leão.
Tenho no coração a obstinação
da semente que mesmo atirada
em chão estéril se arrasta em
busca de um vão, uma única
brecha lhe basta.
Broto, por não ter escapatória,
broto por "desopção".
E que a chuva, criação de Deus
me tenha misericórdia.

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Milena, a minha mãe, me mostrava vegetais espremidos entre rochas, nascendo, brotando, numa força impressionante. Ela foi uma grande observadora e definidora das coisas do mundo. O seu poema, Núbia, chegou para mexer comigo e me trazer doces lembranças.

    ResponderExcluir