Perda agridoce
* Por Eduardo Oliveira Freire
Rodrigo era o craque do time do bairro.
Ele e seu time venciam a maioria das competições de pelada dos finais de
semana. Era o mais assediado do time pelas mulheres. Saía com todas elas.
Porém, uma moça não se encantara por ele. O nome dela era Lúcia. Rodrigo ficou
surpreso e como tentativa para conquistá-la, gritava por seu nome quando fazia
gol. Ela nem dava atenção. Rodrigo não compreendia a sua atitude.
Um dia, uma surpresa triste e agradável
lhe aconteceu. Quando perdeu um pênalti que era importante para vencer a
partida, a moça veio consolá-lo. Foi até ao campo esburacado e lhe deu dois
trechos da crônica DERROTA, escritas por Khali Gibran : “... Derrota, minha
derrota, conhecimento de mim e meu desafio, Através de você sei que ainda sou
jovem e de pés velozes, E que não me deixarei prender por louros murchos. Em
você encontrei a solidão e o prazer de ser evitado e desprezado... ... Derrota,
minhas derrotas, minha coragem imortal, Você e eu vamos rir com a tempestade, E
juntos abriremos covas para tudo o que morre em nós. E vamos ficar de pé ao
sol, com vontade, E seremos perigosos.”
Rodrigo ficou surpreso. Lúcia se sentou
ao seu lado e lhe deu um beijo. Namoraram por algum tempo. Ele nunca se esqueceu
daquela perda agridoce. Até hoje, guarda aqueles trechos da crônica que Lúcia
lhe deu.
*Eduardo
Oliveira Freire formado em
Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Está
cursando Pós-Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e está
aspirante a escritor.
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