quinta-feira, 14 de maio de 2015

Concurso


* Por Gustavo do Carmo


Limbo

O pai o obrigou a estudar para um concurso público. Sem saída, suicidou-se. Foi parar no limbo e precisou fazer uma prova para subir ao céu. 

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Testamento

Para a sua filha mais velha deixou, em testamento, todos os seus bens. Para o filho caçula deixou uma Folha Dirigida com uma lista de concursos abertos na véspera de sua morte.

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Cauby

— Cantei! Cantei! Cantei! Cantei como o Cauby Peixoto. Não ganhei o concurso de calouros.

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Pavão

Enfeitou o pavão. Ganhou o concurso de beleza animal.

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Vontade

Fez concurso público por livre e espontânea vontade. Do seu pai.

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Feias

— As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. Então, estão desclassificadas do concurso de beleza.

* Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance “Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea “Indecisos - Entre outros contos”.
Seu  blog, “Tudo cultural” - www.tudocultural.blogspot.com é bastante freqüentado por leitores



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