terça-feira, 7 de abril de 2015

Se eu morrer amanhã


* Por Celeste Fontana


Se eu morrer amanhã,
Lá, onde chegarei
Qual infinito vazio
Lágrimas nos olhos
Tal como cheguei aqui

Se eu morrer amanhã
Lá chegarei
Saudades de onde não sei
Quem de quem não saberia

Se eu morrer amanhã,
Levarei comigo
imagens do rosto sem beijo
Tão próximo, desconhecido
Das terras de além-mares
Quão tão perto de mim se encontra
Embora apenas vazio

Das serras que não conheço
Dois sóis que lá não brilham
Das névoas que insistem ficar
Saudades do que não pode ser

Se eu morrer amanhã
Versos restarão na minha lápide
De um tempo sem tempo
De um momento sem propósito
De uma aurora sem luz

Se eu morrer amanhã
Versos sobrarão de um poema sonhado
Por mim tão desejado
De alguém imaginado
Que só no tempo restará.
Amor distante
Ausência estelar
Sempre assim...
Infinitamente assim

Se eu morrer amanhã
Lá chegarei plena de uma certeza
Escreverei poesias

* Escritora e poetisa


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