terça-feira, 7 de abril de 2015

Escuro


* Por Eduardo Oliveira Freire


De repente, a luz ilumina algo. Meu cérebro processa a informação que o objeto é uma jovem desnuda que declama poesias.

Estou sentado numa poltrona em frente ao palco. Logo, estou num teatro. Como fui parar ali? Ao lado, outras pessoas estão assustadas e pergunto a elas o que está acontecendo. Ninguém sabe.

Minha última lembrança é estar bebendo um café em um bar. A jovem nua levanta e nos manda calar a boca, fala da importância de aprender a ouvir o que o outro tem a dizer.

Um homem aparece e eles começam a dançar. Uma voz ecoa no teatro, parece ler um monólogo. O pensamento de que fui sequestrado começa a martelar minha cabeça.

O espetáculo continua. Agora, é o casal que recita versos. No fundo do palco, luzes aparecem. Vibram e mudam de cores de acordo com o ritmo com que as palavras são pronunciadas.

Inesperadamente, a cortina cai e o teatro é iluminado. Esperamos por algum tempo e vamos todos embora.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



Nenhum comentário:

Postar um comentário