quarta-feira, 11 de março de 2015

Bruno

* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral

Para Buí que partiu muito cedo...

Sonhei contigo, não era uma imagem distorcida, desfocada, eu te via nitidamente. Tua pele bronzeada, os pelinhos do braço amarelinhos, ar jovial. O interessante é que te via ainda como menino que, ao lado do Lucas, tecia uma infinita rabiola.

Não tinhas no olhar o desespero, nem destemperança, apenas questionamentos, milhões de interrogações. Reparei que havia outros jovens que sentados em círculo se comunicavam freneticamente. Puxavas meu braço exigindo atenção, bombardeando-me de perguntas e notícias dos teus.

Respondi-lhe com todo carinho e paciência as respostas que estavam ao meu alcance enquanto acariciava teus cabelos. Por fim quedou-se em silêncio e deixou-se aninhar em meu abraço. Acordei tranquila, feliz por ainda ser uma porção mínima da tua vida.


 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário

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